Sempre que pensamos em treinamento físico, pensamos em melhora do desempenho atlético. Porém, existe um limite importante e de difícil identificação a ser respeitado para que não entremos num estado de sobretreinamento.

Apesar de auxiliarem no diagnóstico, não existem marcadores biológicos, hormonais, imunológicos que são capazes de apontar com precisão quando o atleta se encontra nesse estágio, sendo a diminuição do desempenho físico o melhor preditor.

Durante o treinamento intenso observa-se primeiramente um aumento na secreção de ACTH pela hipófise, que gera incrementos na produção de cortisol pelas adrenais. Com a permanência dos exercícios físicos nós mesmos níveis, mesmo com concentrações elevadas de ACTH, as adrenais tornam-se hiporresponsivas e a produção de cortisol começa a cair. E, num estágio ainda mais avançado, a hipófise também baixa seus níveis de produção de ACTH.
A importância disto está no fato de que o cortisol tem efeito catabólico sobre a musculatura, contribuindo para a perda de massa muscular – mesmo em níveis mais baixos.

Outro achados importante no overtraining é a diminuição nos níveis de glutamina sanguínea, que é um combustível para linfócitos e macrófagos – células responsáveis pelo nosso sistema imune… Aí está o motivo de ficarmos doentes após treinos intensos e prolongados, principalmente por infecções de vias aéreas superiores.

No sobretreinamento também ocorre um aumento do consumo de triptofano pelo neurônios, aumentando os níveis de serotonina cerebral, causando mudanças no humor, sono e apetite.

E, por último, outro aspecto relevante é a ingestão insuficiente de calorias, principalmente de carboidratos, pelo praticante de exercícios tão intensos, o que gera um consumo de glicogênio muscular, causando fadiga e diminuição no rendimento.

Muitos são os sintomas decorrentes desse fenômeno, entre eles: diminuição do desempenho físico, da força muscular, da coordenação; aumento da percepção de esforço e do período de recuperação; depressão; estresse emocional; medo da competição etc.

O único tratamento efetivo é o descanso completo, a depender do grau de overtraining que o atleta se encontra. E, mais do que isso, não se esquecer do principal: o desempenho num exercício físico se sustenta num tripé: treinamento, descanso e alimentação – cada um respondendo por 1/3 da performance!

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